04/11/14
#06 NOSSA HISTÓRIA

Em 1952, nasce a primeira sociedade científica dos técnicos em
Radiologia no Brasil
Após a consolidação dos primeiros cursos técnicos em Radiologia no
Brasil, nos anos 1950 e 60, os profissionais da área começaram a se organizar e
produzir conhecimento científico. Nas praças, nas conversas de bar, os
trabalhadores se reuniam para contar sobre o seu dia a dia de trabalho, sobre
as experiências nos laboratórios e salas de exames. A nova profissão empolgava
e despertava a curiosidade geral das pessoas.
A maioria dos livros da época era estrangeiro. Antes de estudar, os
técnicos em Radiologia precisavam se encorajar juntos para traduzir as obras. O
esforço daqueles que sabiam outras línguas, como o inglês e o francês, permitia
a democratização do conhecimento entre a imensa maioria, que não tinha a
oportunidade de conhecer outros idiomas.
Na medida em que assimilavam novas teorias e práticas, os técnicos em
Radiologia perceberam que precisavam começar a sistematizar esse conhecimento e
se organizar socialmente. A profissão crescia, e precisava de arranjos
produtivos. Como consequência dessa causa, começaram a surgir as primeiras
sociedades científicas da classe.
A primeira foi a Associação de Tecnologia em Radiologia do Estado de São
Paulo (Atresp), fundada em 1º de outubro de 1952, durante o curso técnico
Raphael de Barros, pelo profissional Walter Fonseca Braga, com a ajuda das
estudantes Alzira dos Santos Nascimento, Laura Zuvella, Mercedes Ignácio e
Aristides Negretti. Além dos profissionais da Radiologia, a Atresp
representava os técnicos em Fisioterapia. Em 1962, as categorias resolveram se
separar e seguir caminhos diferentes.
Depois de São Paulo, os técnicos do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e
Bahia também fundaram sociedades científicas. Juntos, os profissionais
brasileiros realizaram o 1º Congresso Nacional de Técnicos em Radiologia, em
1965, no Rio de Janeiro.
Essas organizações ajudaram a consolidar e defender os rasos direitos
sociais que os profissionais da época conseguiram conquistar. Foram anos
intensos, em que o senso comum, pouco a pouco, passou a dar lugar ao
conhecimento científico sobre a radiação ionizante, seus benefícios e sua
nocividade. Os acidentes e doenças ocupacionais diminuíram e começaram a dar
lugar aos conceitos de radioproteção que amadurecemos até hoje.