18/03/13
CONTROLE DE EPIDEMIAS

Cientistas usam radiação para combater mosquito da dengue. A pesquisa inédita é realizada na USP de Piracicaba. A radiação altera o DNA do Aedes Aegypti e impede que ele se reproduza
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Cientistas
da USP de Piracicaba estão usando radiação para combater o Aedes Aegypt. É uma
pesquisa inédita que altera o DNA do mosquito transmissor da dengue para
impedir que ele se reproduza. Bastam 15 minutos dentro de uma máquina para que
eles recebem uma dose de radiação e se tornem estéreis.
No processo de esterilização é usado cobalto-60, um elemento radioativo que não
contamina o mosquito, mas altera o DNA dele. Segundo os pesquisadores, para
obter melhores resultados, eles usam só insetos "machos" na fase de
"pupa", antes de se tornarem adultos. Neste período, eles ainda não
voam e assim fica mais fácil atingir um maior número de insetos.
Quando os mosquitos se tornam adultos, os machos são soltos. Apesar de
estéreis, eles procuram as fêmeas para acasalar. Ele vai competir com os
nativos para fecundar as fêmeas. Após a fecundação, elas vão colocar os ovos,
mas eles não vão nascer. Consequentemente, vai diminuir o número de mosquitos,
explica o pesquisador Valter Arthur, biólogo da Esalq-USP Piracicaba.
De acordo com pesquisadores, o uso da irradiação para esterilizar insetos já
funciona com resultados comprovados na agricultura para o controle de pragas. O
método não deixa resíduos radioativos, nem provoca danos ambientais.
O estudo começou há pouco mais de um ano e agora os pesquisadores querem saber
até que ponto o mosquito estéril consegue competir com os outros na hora de
fecundar as fêmeas. Erradicar é impossível, mas manter o nível abaixo do nível
de danos de epidemia é possível, garante o biólogo.
Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, de janeiro a 16 de fevereiro
deste ano foram confirmados 324 casos graves de dengue e 33 mortes em todo o
Brasil.
Fonte: CONTER